sexta-feira, 7 de março de 2014

Pela minha janela

 Ah... viver!
Depois de 4 dias praticamente o tempo todo, deitada em uma cama, entendo que o que precisava era mesmo parar, observar, sentir momentos insignificantes. Nesses dias, pela minha janela do quarto, que não tem uma vista muito maravilhosa, pude observar a lua cheia linda que nascia na minha frente, em quanto eu repousava. Era minha companheira no final do dia. Quando a tarde caia, eu já ficava ali a esperá-la, quando ela demorava eu ficava ansiosa por vê-la. Foram momentos em que percebi formigas de vários tamanhos que andavam pelas paredes, casulo de borboleta no pézinho de goiaba em frente a janela, araras que passavam gritando antes mesmo que eu conseguisse vê-las, carros, muitos carros que passavam em frente de casa a me incomodar, por me atrapalhar a ouvir o céu.
Isso tudo nos faz mais sensíveis à nós, a vida. É claro que quando nossa vida volta ao normal, isso desaparece certamente. O que temos que fazer para que continuemos sensíveis e ao mesmo tempo consigamos trabalhar, estudar, limpar casa, etc.? Acho tão difícil...
Pude meditar, pude ficar sozinha sem pirar, pude me sentir acompanhada, pude sentir o redor, o tempo, as cores. Em 4 dias pude ver minha vida através de uma janela... a chuva, o céu nublado, as estrelas, a lua, as araras, os prédios, as formigas, o casulo, as folhas...
Vários momentos lindos estão em nossas janelas, em nossas portas, em nossos quintais, em nossos telhados, porque é que só olhamos para as mesmas coisas todos os dias, como se tivéssemos arreios...?

"Em toda a natureza não existe tensão, não existe esforço. Apenas no homem assim é. Mas isto somente enquanto ele não encontra esse elixir do qual desfruta toda a natureza, somente enquanto ele não desperta para sua real natureza divina."

27/jun/2013

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