segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Gira, Girou (Milton Nascimento)



Deperta, minha amada
Linda como a terra
E vem pelos campos
Com mil vivas ao redor
Já vem junto com o luar
E traz no cabelo a flor
Vem para me encontrar
Vê, meu amor, a roda de flores
É a despedida gira, girou
A roda de palmas
Levou nosso amor
Mas seu sorriso triste
Que a lua enfeita
Fala de outras cores
De uma gente sem cantar
E a, e a roda em flor
E vou levar a voce
Meu pranto e triste
Amor

Composição: Milton Nascimento


Eu sou aquela que...
Tenho frequentemente vontade de chorar, e o que em geral se reduz à vontade apenas, como se a crise se completasse no desejo.
Uns dias cheia de tédio, enervada e triste. Outros, lânguida como uma gata, embriagando-me com os menores acontecimentos.
Uma folha caindo, um grito de criança, e penso: Mais um momento e não suportarei tanta felicidade. E realmente não a suporto, embora não saiba propriamente em que consista essa felicidade. Caio num choro abafado, aliviando-me, com a impressão confusa de que me entrego, a não sei quem e nem sei de que forma.

"Exagerada toda a vida: minhas paixões são ardentes; minhas dores de cotovelo, de querer morrer; louca do tipo desvairada; briguenta de tô de mal pra sempre; durmo treze horas seguidas; meus amigos são semi-irmãos; meus amores são sempre eternos e meus dramas, mexicanos!"

A unica verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo.
Quem sou?
Bom, isso já é demais!

"Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas; minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos."

"O medo sempre me guiou para o que eu quero. E porque eu quero, temo. Muitas vezes foi o medo que me tomou pela mão e me levou. O medo me leva ao perigo. E tudo o que eu amo é arriscado."

(Clarice Lispector)


foto: Woodstock