sábado, 19 de fevereiro de 2011

Flores de Fernando Pessoa


Flores



Flores que colho, ou deixo,


Vosso destino é o mesmo.



Via que sigo, chegas
Não sei aonde eu chego.

Nada somos que valha,
Somo-lo mais que em vão.

[Fernando Pessoa]

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Eu Pintura

Jorge Guinle - MAM/2009
A pintura, como qualquer outra linguagem da Arte, diz muito sobre o que e quem somos.
É nossa energia pessoal alí!
É como se eu pegasse minha energia atual e a transformasse em cores e a colasse numa tela para ser exposta e compartilhada.
Por isso cada detalhe deve ser feito com o coração, prestando atenção o que se passa dentro de mim e o que sái naquele momento.
Cada traço, cada mecha que eu pinto, cada cor escolhida, cada movimento e pincelada dada, conta uma história que se passa em minha cabeça,
conta com minhas imaginações e com meus sentimentos únicos de mim...
Há pessoa inteiras alí naquela pincelada... frustrações, paixões, encontros...
Há vidas inteiras alí...

Gosto de olhar bem de perto a tinta se esvairando do pincel e se distribuíndo no algodão da tela, conforme os movimentos que eu dou.
A minha intenção, a precisão desejada.
Os acúmulos de tintas que se sobrepõe outras cores que ninguém nunca saberá quais eram.
Os acúmulos de tintas que formam texturas.
Os elementos utilizados.
Tudo, do começo ao fim, tráz êxtase.
É como viver um grande amor.


[16-02-2011]

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Tudo acaba na hora certa

Nunca.
Nunca saberemos de nada.
Principalmente sobre o amor
Sobre as lágrimas quentes que caem em momentos inesperados.
A única coisa que sabemos é que estamos ainda vivos
Que ainda sinto
Que ainda choro.

Só quero que tudo acabe bem no final.
Mas o que seria o final?
A morte?
Talvez...
E o que é acabar tudo bem?
Nessa vida tudo acaba na hora certa.
Mas isso não quer dizer que quando eu morrer, tudo esteja conforme o meu desejo.
Posso morrer e tudo acabar pela metade.
Mas mesmo assim, estará completo.
O nosso tempo aqui é calculado.

Não importa o que eu quero
Ou o que eu sonho e o que eu espero.
Tudo isso é ilusão.
A vida é completa. 
E acaba na hora que deve acabar.
Independente do tempo que a cronometramos...

Só não choro mais

Sempre quando você se vai eu tenho impressão que talvez não tenhamos outra chance...
e isso, numa segunda-feira cinza... me dá medo.
Sempre tenho a impressão de que eu poderia ter sido melhor...
Mas me conformo quando penso que tentei.
As coisas contecem da forma que tem que acontecer.
O nosso único plano é não termos planos...
Tristezas e saudades passam... amenizam...
A distância e o tempo pode mudar muita coisa.
As vezes isso também me dá medo. Mas já estou me acostumando.
Talvez seja melhor assim...
É bom tentar algo de novo para ver onde é que pode se chegar.
Eu tenho tanto para te dizer. E quando eu posso te olhar. 
Não tenho mais nada a dizer. Porque só preciso olhar.
E olhar... e olhar...
Eu me recupero novamente... e me acostumo...
E volto pra mim mesma... E volto a ficar melhor.
E finjo que aquilo não está mais aqui dentro.
Mas continua... eu só não choro.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

La Nausée de Sartre

La Nausée é o primeiro romance de Sartre a ser publicado. Começara a redigi-lo em 1931, passando por diferentes manuscritos, que se chamaram, sucessivamente, Fato sobre a contingência, Melancolia, até que, finalmente, para fins de publicação, em 1938, por sugestão de Gaston Gallimard (que seria, daquele momento em diante, o editor de Sartre), foi intitulado A Náusea. O livro é escrito em forma de diário e narra as experiências vividas por Antoine Roquentin, historiador que se fixou em Bouville, cidade do interior da França, para realizar pesquisas sobre o Marquês de Rollebon, um personagem da vida política francesa do século XVIII. 

Nesse diário, Roquentin narra uma série de acontecimentos que estavam ocorrendo em sua vida sem que ele os compreendesse. Havia mudanças na sua relação com o mundo, com os objetos. Escreve: “os objetos não deveriam tocar, já que não vivem. (...) E a mim eles tocam – é insuportável. Tenho medo de entrar em contato com eles exatamente como se fossem animais vivos” (SARTRE, 2000, p.26). Essas mudanças se expressavam através de uma “metamorfose insinuante e delicadamente horrível de todas as sensações; era a náusea” (SARTRE, 2000, p.26). 

Em diferentes ocasiões, caminhando na rua, jogando pedras ao mar, sentado em um café, subitamente, Antoine era tomado por aquela irritante experiência, uma espécie de enjôo adocicado, uma leve tontura, uma náusea, sem que conseguisse facilmente dela se livrar e sem perceber o que o levava a essa emoção. Era uma experimentação psicofísica, corpo e consciência envolvidos no acontecimento. O personagem questionava-se acerca dessas alterações que lhe vinham ocorrendo nas últimas semanas. Eram alterações difusas, que não se fixavam em nada. O que mudou? Foi ele? Foi o quarto onde se encontrava, a natureza ao seu redor? Chega à conclusão de que foi ele mesmo que se transformou. Mas como? De que maneira? O que estava acontecendo? Declara: “Não creio que a profissão de historiador incite à análise psicológica. Em nosso trabalho lidamos com sentimentos inteiros. No entanto, se tivesse um mínimo de conhecimento de mim mesmo, seria esse o momento de utilizá-lo” (SARTRE, 2000, p.17)

Olha-se no espelho e não se reconhece. Não consegue entender nada de seu rosto: ali estão o mesmo nariz, boca, orelhas, mas já não têm expressão humana. Não consegue definir se é bonito, ou feio, nem encontrar sentido nessa face, nem em seu corpo. Não consegue compreender seu rosto. Questiona-se se isso ocorre por que é um homem sozinho? As pessoas que convivem em sociedade aprendem a se enxergar através dos outros, já que estes fazem o papel de espelho. E ele, que não tem ninguém? Como escapar a essa carne nua e crua, a essa natureza sem homem? Antoine vive inteiramente só, nunca fala com ninguém, a não ser em conversas formais com o autodidata (estudioso que sempre encontra na biblioteca), ou uma relação amorosa fortuita, de tempos em tempos, que mantém com a dona do café Rendez-vous des Cheminots, perto de onde mora. Sua amiga tem vários amantes, sendo ele somente mais um deles. Pela primeira vez o incomoda estar só; gostaria de poder dividir com alguém o que está lhe acontecendo. Recorda-se de Anny, sua ex-namorada, que faz quatro anos que não vê. Experimenta um tédio enorme de viver. Bouville e seus habitantes acomodados, mergulhados em seus hábitos e problemas pequeno-burgueses o enojam; o Sr. De Rollebon o enfada, suas pesquisas o desagradam. Nada mais tem muito sentido. A náusea se apossa dele, está nele sem 
que consiga dela se livrar. Sente medo sobre o que pode vir a lhe acontecer. 

A única coisa que conseguia livrar Antoine da náusea era a música, uma música específica, que sempre solicitava que fosse tocada, quando ia ao café “Rendez-vous des Cheminots”: a canção de jazz “Some of these days”. Absorvia-se na música, ela o fazia viajar a outro tempo, tempo de aventuras. Quando se dava conta, o enjôo havia passado. Pouco a pouco, na busca de compreender o que lhe ocorria, o personagem começa a reviver o seu passado, retomando o grande sentido de sua existência que fora “viver aventuras”. Atravessara os mares, deixara cidades, subira rios, adentrara em florestas, tivera várias mulheres, várias brigas. Tudo isto o havia levado para onde, questiona-se? O que lhe acrescentaram essas aventuras? O tédio e a náusea agravam-se ainda mais! Até há dois anos atrás, tudo corria tranqüilo: bastava fechar os olhos para lembrar de miríades de cidades, rostos, lugares. Tudo o alegrava; no entanto, hoje não deixam mais do que um gosto amargo na sua boca. Suas histórias estão mortas, limitam-se a palavras, sem sustância: “referem-se a um sujeito que fez isto ou aquilo, mas não sou eu, não tenho nada em comum com ele” (SARTRE, 2000, p.57). Nunca havia experimentado o sentimento, como agora, de ser alguém sem “dimensões secretas”, reduzindo-se a ser somente seu corpo. Compelido ao presente, preso nele, não consegue fugir de estar frente a si mesmo. 

O sentimento de aventura que o guiara até o momento, que definira o sentido de sua vida, esvaíra-se. Sempre “imaginara que em determinados momentos minha vida deveria assumir uma qualidade rara e preciosa. (...) É isso que me tiram agora. Acabo de descobrir, sem razão aparente, que menti a mim mesmo durante dez anos. As aventuras estão nos livros” (SARTRE, 2000, p.57). Consegue compreender que viveu muitas histórias, fatos, incidentes, mas não aventuras, pois estas são simplesmente formas de contar o que lhe sucedeu, pois o que delineia o tom da aventura é a forma de narrá-la. Buscava um momento precioso, que o tivesse marcado para todo o sempre; descobre, no entanto, que quem conferia o caráter aventuroso sobre o que havia vivido era ele próprio, o sentido que ele mesmo dava à história, iluminado por suas paixões futuras. Era o futuro, portanto, que definia o significado desse passado; o fim que a tudo define já está presente na história. Essas reflexões levam-no a modificar sua relação com o passado: “a importância dessa descoberta não está apenas no fato de que um passado querido tem um sentido alterado, mas ainda o fato de que a própria vida lhe aparecerá com uma qualidade até então insuspeita” (MOUTINHO, 1995, p.50). 

Em um primeiro momento, frente a todas essas mudanças e questionamentos, busca a resposta em seu trabalho, algo que lhe devolva o sentido de ser. Só o Marquês o salvará. Aos poucos, no entanto, vai percebendo que este era outro engodo. “O Sr. De Rollebon era meu sócio: precisava de mim para ser, e eu precisava dele para não sentir meu ser. (...) Eu era apenas um meio de fazê-lo viver, ele era minha razão de ser, me libertava de mim mesmo. Que farei agora?”. (SARTRE, 2000, p.148). Dá-se conta, então, que sua existência está liberada, desprendida, que reflui sobre ele. O que fará de si mesmo? Aparece novamente a náusea.

O que fazer do seu ser? Questiona-se Roquentin. Ninguém, nem coisa alguma, irá lhe dizer ou lhe determinar a ser. A definição de si próprio depende de seu movimento no mundo, do que ele deseja realizar. Está, pois, livre e só. Ao debater-se com sua problemática, Antoine foi em busca do último “porto seguro” de sua história: foi encontrar-se com Anny, a única mulher que amou de verdade na vida, mas com quem em realidade sempre mantivera uma relação conturbada. Anny queria viver os “momentos perfeitos”, no que buscava transformar qualquer acontecimento de sua vida, pois acreditava que algo se revelaria a ela. Acreditava nessa mística: não sabia de onde viria essa força, mas acreditava que aconteceria. Acusava Antoine de fazer os “momentos perfeitos” se esvaírem, pois ele não sabia o que dizer no momento oportuno, que ações realizar no momento exigido, desmontando o encantamento em que ela apostava. As situações viravam tragédias, pois Anny irritava-se profundamente com o namorado. 

No reencontro, depois de tantos anos, descobre que Anny não buscava mais os “momentos perfeitos”, assim como ele havia desistido de viver “aventuras”; os dois haviam perdido o sentido alienante de seu ser anterior. Anny experimentava-se tão esvaziada quanto ele, chegando a afirmar: “sobrevivo a mim mesma”. Descobrem, no entanto, que nada mais há que um possa mediar para o outro. Enquanto viviam aprisionados na espontaneidade, na vivência do “aqui e agora”, um dava suporte para a alienação do outro, mas agora, nada podem fazer mutuamente. Anny diz que ele lhe é indispensável, pois enquanto ela muda, ele fica fixo, imutável, servindo-lhe de marco de referência. Antoine constata que ela não o compreende, não o enxerga, não consegue ver nada a não ser a si mesma. Realmente, não é mais possível resgatar nada dessa relação. Roquentin não ficou arrasado por deixá-la, já que ela nada mais tem a lhe oferecer; no entanto, experimentou um grande medo de voltar à solidão. Após seu encontro com Anny, Roquentin desfez-se de sua última amarra com o passado. 

Está finalmente liberto de seus impasses com sua história, desfez-se de uma dinâmica de ser que, na espontaneidade, sem compromisso com coisa alguma, o impeliu para a solidão e para a falta de sentido existencial. Essa situação tornou-se de tal modo insuportável, concretizando-se numa espécie de psicopatologia, que o lançou a experimentar distúrbios psicofísicos - a náusea. Seu diário narra a apropriação de seus impasses, o enfrentamento de suas dificuldades. Roquentin teve o esvaziamento de seu projeto de ser questionado até a raiz – nada mais lhe fazia sentido. “Agora, quando digo ‘eu’, isso me parece oco. Já não consigo muito bem me sentir, de tal modo que estou esquecido. Tudo o que resta de real em mim é existência que se sente existir. Antoine Roquentin não existe para ninguém. É algo abstrato” (SARTRE, 2000, p.247). 

O que fazer de sua vida? O que fazer de seu ser? 

A angústia não o larga. Tem dinheiro e é jovem, pois só tem trinta anos, o que fazer de sua existência? Decide ir embora para Paris. Mas o que fazer por lá? Ir ao cinema? Passear nos jardins? Freqüentar as bibliotecas? Nada disso o afastará do tédio. Precisa encontrar um sentido para sua existência.

Será novamente a mesma música que o arrancará do impasse, do vazio de ser. Escuta-a uma última vez, no café, antes de partir para Paris. A voz canta: some of these days... Na música nada é demais, ela simplesmente é; como ele também quis ser. Aliás, ele somente quis isso, eis a chave de sua vida. Agora percebe que é um simples sujeito, sentando no banco de um café, escutando aquela melodia. Através dela entra na realidade, ela o faz ver a importância que tem preencher o mundo, dar sentido à sua vida. A cantora espalha sua bela voz pelo ar... Antoine compreende, finalmente, a função da canção, que é a de justificar a existência da cantora. Aos poucos vai percebendo que também precisa fazer algo de concreto no mundo que justifique sua existência. Não seria uma canção, pois nada entende disso, mas quem sabe um livro, pois o que sabe fazer é escrever. Não poderá ser um livro de história, porque isso fala do que já existiu; mas um romance de aventura, que por trás das palavras façam surgir algo acima da existência. Reflete: “chegaria o momento em que o livro estaria escrito, estaria atrás de mim, e creio que um pouco de claridade iluminaria meu passado. Então, talvez através dele eu pudesse evocar minha vida sem repugnância (...) E conseguiria – no passado, somente no passado – me aceitar” (SARTRE, 2000, p.258). Roquentin consegue, enfim, redefinir seu projeto. Será um escritor! Um escritor de romances de aventura. As aventuras não são mais do que narrativas de alguém. È isso o que fará, contará aventuras, atingindo os leitores de diferentes maneiras, perpetuando-se através dessas narrativas.

Sua existência ganha sentido novamente. Agora pode encarar sua história, seu passado, admitir sua temporalidade. Consegue, com isso, superar seus impasses psicológicos, colocando-se como uma totalização em curso, corpo/consciência em direção a um futuro. Está inteiro para retomar sua existência, agora justificada, no sentido de estar indo em direção a um fim, a um projeto de ser. Poderíamos dizer, em uma linguagem clínica, que Antoine “curou-se”, no sentido de ter esclarecido seu projeto, suas estratégias de ser, tomando sua história em suas próprias mãos, superando seus sintomas psicofísicos.

A canção exerceu, no romance, importante função terapêutica (MOUTINHO, 1995). Foi ela a mediadora das reflexões críticas de Roquentin, que lhe permitiram superar as perturbações psicofísicas, as emoções (náusea), os impasses psicológicos – que nada mais eram do que expressões da perda de sentido de ser, engendrada pela espontaneismo e pela solidão em que se lançara – viabilizando a redefinição de seu projeto.

Verificamos, assim, que La Nausée é a descrição de um processo psicoterapêutico: no início, Roquentin, enredado em experimentações psicofísicas que o amedrontam, na medida em que não compreende seus significados, vai aos poucos, porém, compreendendo que elas são resultantes de seu tédio existencial, de sua solidão. Essa situação coloca-o frente a frente com sua história, frente a frente com a existência injustificada dos objetos e entes em geral. Ao compreender que o que havia feito de sua vida - viver aventuras - o levara ao “vazio de ser”, pois vivera uma existência puramente espontânea e descomprometida, sem nenhuma amarra sociológica e, por isso mesmo, injustificada, experimentando-se na mais completa solidão, que o levava a referir seu “eu” como se fosse “oco”. Antoine vai, passo a passo, libertando-se de sua alienação. Realiza um processo que lhe possibilita redefinir seu projeto, recolocar sua existência em um novo patamar. A definição de ser um escritor de romances o leva a lançar-se para o mundo em uma nova perspectiva, fincando raízes em Bouville, modificando sua relação com os outros. Ao final do livro consegue unificar sua história em um projeto, totalizar passado/presente/futuro, ganhando consistência ontológica e, assim, sentido em seu ser.

Roquentin conseguiu retomar seu projeto de ser e tornar-se “sujeito de sua história e de sua vida”. E qual é a tarefa da psicoterapia? Justamente a de colocar o ser da pessoa em suas próprias mãos, o que o viabilizará como sujeito.


Hoje fico na beirada

pesquisa google
08/02/2011.
04:41


A sua dúvida me lembra as dúvidas que eu tinha.
Fazia parte do meu desespero, apego...


Me deixei levar pelo o que eu sentia.
As coisas não deveriam ser assim?
Revolução? Coração?
Não, na sua concepção até então.

Me queixei.
Chorei.
Aceitei.
Morri.
Morri.
Morri.

......................................................................................................


Eu continuo sendo eu mesma. 
Acredito nas coisas que sinto e vivo.
Não coloco meus sonhos na frente de mim.
Você as vezes era mim.
Mas não quis mais ser.
Está certo.
E onde eu estava?
Novamente eu havia me deixado pelo caminho.
Eu quase não sentia minha falta.
Até você desaparecer de mim.
E foi bom.
Você em mim, nunca mais foi o mesmo.
Me busquei.
Será que você virou meu sonho?



Pronto. 
O que você me pedia, eu posso até dizer que consegui "cumprir".
Não porque eu acreditei em você e na sua forma de amar "racionalmente".
Mas porque a dor me empurrou com tudo.
Sem eu nem estar preparada pra pular.


Não me encontrei ainda por inteira.
Sei que é um processo e demorado.
Mas já posso estar mais comigo e me sentir melhor.
Sei que agora estou por perto.


Eu ainda não sei lidar com "você e eu".
Eu quis entrar mergulhando, pulando na água.
E você me parou e disse para mim primeiro olhar a água antes de pular.
Eu só havia ido sem medo. 
Sentimentos bons eu não hesito em viver.
Achei que talvez você me salvaria, caso algo acontecesse.
Meu erro?
Achar.
Daí, eu na água, olhei para trás e você não estava.
Meu erro?
Estar longe de mim.
Meu erro não foi ter entrado de cabeça.
Isso eu aprecio quem faz.
Mas foi ter me trocado.

......................................................................................................

Eu ainda chego pulando em minhas águas.
Sou assim.
Sou assim com minhas coisas. 
Com minhas vontades.
Com meus sentimentos.
Pelas pessoas que amo.


Hoje, com você, eu só fico na beirada.
Pelo menos foi a melhor maneira de eu me sentir mais perto de você.
Molhando só os pés, para te ter ainda de alguma forma.

......................................................................................................

Eu ainda tenho minhas dúvidas.
Mas já não me importo em saber.
O que poderia mudar?
Se as coisas do coração não fizeram mudar...



domingo, 6 de fevereiro de 2011

Estar comigo

Ah... como eu gosto de estar comigo quando parece tudo estar bem. Ou será que eu gosto quando tudo está bem quando eu estou comigo?
Hoje o Sol brilhou mais uma vez e foi lindo. 



Eu me sinto confortável. 
Não como a conformação, mas como estar feliz.
Adoro chegar em casa e ela estar lá, silenciosa só pra mim! Adoro quando sinto vontade de cuidar de mim. Me dar um banho bem demorado, prestando atenção e tomando cuidado com cada detalhe. Como algo precioso. Só meu. Adoro me vestir cuidadosamente. Pentear meus cabelos com creme e me sentir bonita... Estar no meu quarto que eu adoro. Emanar minhas energias de satisfação em minha casa. Adoro quando tudo está em seu devido lugar. Sinto harmonia em mim. Adoro fazer café, mas nem sempre o tomo... gosto mais do cheiro... Falando em cheiro. Adoro quando do nada começa a chover e aquele cheiro delicioso entra pela minha janela! Adoro longas conversas... fotografias... sorrisos... beijos... abraços... amigos... Adoro comer! Principalmente quando é algo que eu ainda não experimentei! Desenhar imaginariamente com os dedos, perfis de rostos que vejo por aí... Tomar banho daquela chuva bem forte... Dias friozinhos, em que posso usar roupas confortáveis e passar frio na sombra e aí, nada melhor do que ir pro Sol e ter aquela sensação instantânea do corpo sendo aquecido como num passe de mágica... Rir ou gargalhar sozinha ou acompanhada... Principalmente aquelas gargalhadas que chegam a doer minhas costas... Adoro cheiro de flores... cheiro de perfumes... músicas... de deitar em lençol acabado de lavar...Ver velhinhos de mãos dadas... Comer toda a comida e deixar o mais gostoso por último... Cantarolar o trecho de uma música o dia todo, pq só sabe-se aquela parte... Ficar embaixo da luz de algum poste numa noite em que esteja chuviscando e então olhar pra cima e ver as gotas d'água...  Ficar olhando as expressões dos rostos das pessoas vendo tv... Sentir o friozinho de uma fazenda a noite... O arrepio de quando escutamos certa música... Adoro a sensação de nada lá fora exisitir quando estou com quem eu amo... Adoro banho quente... ir ao supermercado... pães frescos e manteiga... passear no parque... de escrever... de pores do sol... de aco íris... de nascer do sol... de Sol... de Lua... estrelas... pássaros... de risadas de bebês e seus olhinhos... Adoro cheiro de madeira... colocar casacos... Lugares cheio de decorações em todas as partes... incensos... instrumentos... quadros... tintas... A vida.

04-02-2011.

A música interior - Osho

pesquisa google

A música interior tem uma estranha qualidade. A música exterior precisa de um instrumento, precisa de uma dualidade - o músico e o instrumento. A música interior não precisa de dualidade - o músico é a música, é o instrumento, é tudo. Não há divisão.


A música interior significa silêncio, o som do silêncio.


Osho

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Contradições insolentes e soneles

estava lendo textos guardados... e achei esse... de maio de 2010:


"Dia ensolarado e quente...
como quando sai vapor pela boca
Cores intensas e variadas...
como o cinza, o preto e o branco
Sorrisos de crianças...
como lágrimas quentes que escorrem
Brincar entre as flores...
como correr numa chuva gelada
Eu satisfeita e entusiasmada com meu dia colorido...
como um desespero em dias gelados e solitários."