quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Eu aqui sentada na cama...
Você aqui comigo, em minha cabeça,
Entra, sem pedir licença,
Sem notar se espalha em meus pensamentos
Sem notar se espalha em todos os cômdos de casa
E em todos os meus dias.


Fique aqui mais uns duzentos anos
Me trazendo essas manhãs de pássaros fora do tempo
Que enche dentro de mim,
Junto com seu sorriso.


Me leva com você...!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Gosto mesmo de você, eu confesso. Mas o que é gostar? Isso porque eu nem quero dizer no amar... deixa isso pra pessoas mais inteligentes do que eu, ou pra quem pelo menos sabe explicá-lo... Eu nem tento...
Mas gostar, parece mais fácil de ter certeza. E a paixão? Nem sei... Na verdade não quero rotular nem nomear nada do que sinto... Porque sinto coisas que nunca senti, então, como vou saber?
Só sei que sinto. E sentimentos nem sempre nos fazem bem... na verdade, acho mais que o que nos faz mais mal são nossos pensamentos em relação aos nossos sentimentos. Porque os sentimentos simplesmente vem... nos faz suspirar ou chorar... Mas nossos pensamentos sempre querem descobrir, entender, analisar, acabamos estragando a beleza de sentir.
Não quero mais pensar nos meus sentimentos. Vou usar na maioria das vezes a minha mente para descobrir coisas mais concretas. Porque meus pensamentos sobre meus sentimentos, nunca chegam a lugar nenhum. E quando (eu penso que) chegam, muitas vezes erro. Ou... nem importa mais. Tem coisas que não importam saber. Não faz diferença. O que tem que acontecer, acontece, independente de a gente entender ou não. Cansei. Vou cuidar das minhas coisas e amar quem me faz bem. Assim sei que será bem mais leve.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sugestões para atravessar agosto

Por Caio F. Abreu

Para atravessar agosto é preciso antes de mais nada paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro - e também certa não-fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco. É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah!, escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente.Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir, dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons, deixam a vontade impossível de morar neles, se maus, fica a suspeita de sinistros angúrios, premonições. Armazenar víveres, como às vésperas de um furacão anunciado, mas víveres espirituais, intelectuais, e sem muito critério de qualidade. Muitos vídeos de chanchadas da Atlântida a Bergman; muitos CDs, de Mozart a Sula Miranda; muitos livros, de Nietzche a Sidney Sheldon. Controle remoto na mão e dezenas de canais a cabo ajudam bem:qualquer problema , real ou não, dê um zap na telinha e filosoficamente considere, vagamente onipotente, que isso também passará. Zaps mentais, emocionais, psicológicos, não só eletrônicos, são fundamentais para atravessar agostos. Claro que falo em agostos burgueses, de médio ou alto poder aquisitivo. Não me critiquem por isso, angústias agostianas são mesmo coisa de gente assim, meio fresca que nem nós. Para quem toma trem de subúrbio às cinco da manhã todo dia, pouca diferença faz abril, dezembro ou, justamente, agosto. Angústia agostiana é coisa cultural, sim. E econômica. Mas pobres ou ricos, há conselhos - ou precauções-úteis a todos. O mais difícil: evitar a cara de Fernando Henrique Cardoso em foto ou vídeo, sobretudo se estiver se pavoneando com um daqueles chapéus de desfile a fantasia categoria originalidade... Esquecê-lo tão completamente quanto possível (santo ZAP!): FHC agrava agosto, e isso é tão grave que vou mudar de assunto já.Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu - sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antonio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se , e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques - tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informações para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. Esquecer o Zaire , a ex-Iugoslávia, passar por cima das páginas policiais. Aprender decoração, jardinagem, ikebana, a arte das bandejas de asas de borboletas - coisas assim são eficientíssimas, pouco me importa ser acusado de alienação. É isso mesmo, evasão, escapismos, explícitos. Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter de mais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco:.

Observando

(Source: nekojarashi)


Sem muito o que falar. 
Sem muito o que falar faz horas, faz semanas...
Não estou cheia de vazios, mas como disse Caio F. "É que nem sempre consigo escrever sem sofrer um pouco. Mesmo quando até me divirto, sempre é necessário remexer um pouco mais fundo, e remexer mais fundo cansa." E acho que eu não estou muito preparada para isso, no momento. No momento eu estou observando minha vida, como se eu estivesse numa fase estranhamente estranha. Algo ainda não vivido por mim de maneira nenhuma comum ou semelhante à outras minhas histórias. Não é como nenhuma das minhas histórias melancólicas ou revoltadas, com pessoas, com o mundo, comigo. Ainda não sei definir e nem sem se quero. Eu ainda estou somente observando, analisando certos detalhes, certos olhares, me adaptando. É isso! Ainda estou me adaptando a essa história que ainda não sei como me portar ou pensar. Estou me exercitando a deixar, a não julgar nada, a ser somente testemunha dessa história, a não me preocupar. Afinal, se essa história não for tão inédita assim, eu estarei aqui comigo sempre. É esse o objetivo. Por enquanto estou me adaptando e ainda sem saber o que fazer, as únicas coisas que sei que precisam ser feitas são meus compromissos profissionais e as minhas sinceridades comigo mesma. Sempre! Amém!